Os órgãos pélvicos são sustentados por ligamentos e músculos que possuem inserção nos ossos da bacia. Quando há o enfraquecimento ou estiramento destes tecidos pode acontecer o prolapso destes órgãos, que nada mais é do que o deslocamento parcial ou permanente dos órgãos pélvicos na direção do canal vaginal. Vários tipos de prolapso podem acontecer como: prolapso do reto (retocele), prolapso da bexiga (cistocele), prolapso do útero (histerocele) e prolapso vaginal.
O prolapso é desencadeado quando há alterações como: perda de suporte das paredes vaginais, fraqueza e alteração dos músculos do assoalho pélvico, alteração de colágeno das fáscias, perda de elasticidade e lesão ligamentar. O prolapso uterino ou a histerocele é a queda do útero com herniação no canal vaginal.
Este prolapso pode ser diagnosticado com exame físico e através de exames de imagem. O exame físico é realizado através de introdução do dedo no canal vaginal e o mesmo é dividido em três graus de gravidade. No grau I, o colo do útero é percebido antes mesmo de haver introduzido o dedo completamente na vagina; no grau II se percebe o útero enquanto introduz o dedo; e o grau III, o colo do útero pode ser visualizado. Além do exame físico, o prolapso uterino é diagnosticado através da ressonância magnética.
Mulheres com prolapso normalmente sentem grande desconforto ao caminhar ou ao sentar, dificuldades nas relações sexuais, infecções recorrentes do trato urinário, incontinência urinária e também obstipação intestinal.
A fisioterapia tem assumido um importante papel na reabilitação destas pacientes, pois além de tratar o problema físico, devolve a qualidade de vida a estas mulheres. O profissional responsável por reequilibrar estas estruturas é o fisioterapeuta especializado em uroginecologia. O tratamento fisioterapêutico e os recursos disponíveis consistem em treinamento do músculo do assoalho pélvico, incluindo a cinesioterapia (exercícios do assoalho pélvico), o biofeedback, os cones vaginais e a eletroestimulação.
A cinesioterapia do assoalho pélvico baseia-se no princípio que contrações voluntárias repetidas aumentam a força e resistência muscular, melhoram a atividade dos músculos do assoalho pélvico, oferecendo maior sustentação à região pélvica / perineal.
O presidente do Conselho
Regional de Fisioterapia e Terapia