Terapia Ocupacional é profissão de nível superior da área da Saúde e de extrema relevância para a sociedade, e não pode ser confundida com um hobby

O Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional – COFFITO vem expor à Rede Globo de Televisão a real atuação do profissional de Terapia Ocupacional, uma profissão de nível superior, regulamentada pelo Decreto-Lei nº 938/1969. No mundo, a atuação do terapeuta ocupacional é reconhecida pela sua importância na saúde, no campo social e na educação, estando em 2017 completando 100 anos de existência, tendo se expandido pela necessidade de tratar soldados feridos da Primeira Guerra Mundial. No Brasil, os primeiros cursos de graduação surgiram na década de 1950.

Em 2016, a Terapia Ocupacional completará 47 anos de regulamentação da profissão no Brasil, tempo suficiente para uma maior compreensão da atuação e da relevância para a saúde da população brasileira. Entre as atribuições deste profissional está a de intervir no cotidiano das pessoas, avaliando o desempenho ocupacional em áreas de autocuidado, trabalho, lazer, capacidades cognitivas, sensoriais, motoras e sociais, melhorando o dia a dia de seus pacientes ao possibilitar meios para que realizem atividades cotidianas de maneira autônoma. Por isso, em geral, atendem pessoas que passaram a lidar com dificuldades físicas, psíquicas, sensoriais e sociais, geradas por diversas patologias e comprometimentos, mas também atuam de forma preventiva. Buscam a reinserção social por meio da recuperação das potencialidades e habilidades funcionais, de forma que promova maior independência e autonomia, necessitando ou não de tecnologia assistiva. O terapeuta ocupacional está presente também em intervenções no campo social, na busca da participação social e na educação, visando à inclusão escolar.

Além da atuação generalista, o COFFITO regulamentou, ao longo dos anos, as especialidades profissionais da Terapia Ocupacional, acrescentando, assim, ainda mais eficiência e competência à atuação do terapeuta ocupacional. Atualmente a profissão possui as seguintes especialidades: Acupuntura; Contextos Hospitalares; Contextos Sociais; Saúde da Família; e Saúde Mental.

Diante do exposto, o COFFITO ratifica, mais uma vez, a solicitação à Rede Globo de maior atenção e informação aos seus roteiristas, para, no futuro, evitar constrangimentos e veiculação de atribuições incorretas às profissões, neste caso, à Terapia Ocupacional. Em novelas e programas anteriores, fatos como este já ocorreram, resultando em manifestações, em nível nacional, da categoria profissional e acadêmica, que enviou diversos e-mails à emissora, bem como foram encaminhados ofícios deste Conselho Federal e da Associação Brasileira dos Terapeutas Ocupacionais. A informação errônea, distorcida, sobre uma profissão, quando divulgada por um canal de televisão, leva à deformação do conhecimento necessário à população brasileira, que resulta em uma tarefa árdua, difícil e sofrida para os representantes dessa profissão conseguirem desmontar, no conceito coletivo, a visão inverídica. A Rede Globo tem possibilidade de prestar uma ação solidária de informação à população brasileira de que existe uma assistência na área da saúde que beneficia a poucos, por não ser divulgada, que é a Terapia Ocupacional, principalmente diante da gravidade da epidemia da Microcefalia, já que o terapeuta ocupacional é um dos profissionais indispensáveis na equipe que atende a essas crianças e aos demais brasileiros e brasileiras que buscam melhoria na qualidade de vida. Solicitamos, portanto, que o conteúdo exposto na telenovela Totalmente Demais, em que a personagem de Juliana Paes compara, erroneamente, a profissão a um hobby seja reparado e que tais menções não venham a ser replicadas no futuro.

Por fim, salientamos que a emissora deve atentar-se para as informações divulgadas em sua programação, sob pena de trazer inúmeros prejuízos aos profissionais e à sociedade.