Todos acompanharam a recuperação do humorista Renato Aragão, de 79 anos, que sofreu um infarto agudo do miocárdio no último sábado. A fisioterapia pode ter um papel decisivo na recuperação de pacientes como Aragão.
Até os anos 60-70, recomendava-se repouso de três semanas aos pacientes que se recuperavam de IAM, baseando-se no pressuposto de que o repouso facilitaria o processo de cicatrização do miocárdio. Entretanto, observou-se que o repouso prolongado no leito resultava em alguns efeitos deletérios. O exercício físico pode aumentar a capacidade de função cardiovascular e diminuir a demanda de oxigênio miocárdico para um determinado nível de atividade física.
A reabilitação na fase aguda do infarto objetiva reduzir os efeitos deletérios de prolongado repouso no leito, o controle das alterações psicológicas e a redução da permanência hospitalar.
Além disso, a longo prazo, o exercício pode ajudar a controlar o hábito de fumar, a hipertensão arterial, dislipidemias, diabetes mellitus, obesidade e a tensão emocional. Há evidências de que exercício regular, realizado por longos períodos, possa influenciar na prevenção da aterosclerose e na redução de eventos coronários, sendo necessária a atividade regular para manter os efeitos do exercício. Avaliação médica adequada, educação e orientação reduzem o risco potencial da atividade física mais intensa.
Objetivos
O principal objetivo dos programas de reabilitação cardíaca é permitir aos cardiopatas retornar, o quanto antes, à vida produtiva e ativa, a despeito de possíveis limitações impostas pelo seu processo patológico, pelo maior período de tempo possível.
Poderiam ainda ser apresentados outros três objetivos específicos:
1) restaurar à sua melhor condição fisiológica, social e laborativa pacientes com doença cardiovascular;
2) prevenir a progressão, ou reverter o processo aterosclerótico, nos pacientes coronariopatas, ou em alto risco de vir a desenvolver doença obstrutiva coronariana;
3) reduzir a morbi-mortalidade cardiovascular e melhorar da sintomatologia de angina de peito em coronariopatas. Isto é, aumentar a quantidade e a qualidade de vida.
O presidente do Conselho
Regional de Fisioterapia e Terapia