Os profissionais da linha de frente que atuam nos hospitais de Mato Grosso do Sul começaram a ser imunizados contra a COVID-19. Fisioterapeutas e Terapeutas Ocupacionais receberam a primeira dose da vacina CoronaVac com o sentimento de gratidão, esperança de dias melhores e orgulho da profissão.
Com uma salva de palmas dos profissionais, as doses chegaram na manhã desta terça-feira (19/01) no HUMAP-UFMS, em Campo Grande. Serão 300 profissionais imunizados nesta primeira fase, que atuam no CTI COVID-19, Pronto Atendimento e Setor de Doenças Infecciosas. A vacinação ocorre também no Hospital Regional Rosa Pedrossian, na Santa Casa e nos hospitais de atendimento das demais cidades do Estado.
Fisioterapeuta, Dra. Gislayne Farage, trabalha na Enfermaria de Doenças Infecciosas e Parasitárias no HUMAP. Mestre em Doenças Infecciosas e Parasitárias pela UFMS recebeu a dose como enorme satisfação. A profissional confia que só com a vacinação a população terá uma menor chance de contrair a forma grave e fatal da doença.
“Isso alivia a pressão sobre o serviço de saúde, que passa dedicar seus esforços, recursos e equipamentos para ajudar pacientes com doenças não evitáveis. Me sinto privilegiada por estar na linha de frente e poder ajudar quem sofre, e agora tenho esperanças de dias melhores”, afirmou.
Dr. Igor Naki é outro profissional imunizado. Ele atua no HUMAP em Campo Grande. E agora conta que está mais tranquilo para continuar o trabalho, com a esperança renovada de que a vacina possa reduzir a superlotação nos hospitais. “Por estar na linha de frente fico mais esperançoso e ao mesmo tempo aliviado. Hoje, nesta sensação de pandemia onde podemos contrair o vírus em qualquer lugar. Agora a gente pode trabalhar um pouco mais aliviado sem deixar de ter os cuidados evidentemente, de EPIs e manuseios, seguindo todos os protocolos de segurança”, relembra.
Para Dra. Catia Queiroz de Emilio, que atende no Pronto Socorro do HUMAP, a vacina trouxe o alento e a esperança. “A conscientização da necessidade de mais investimentos em pesquisa e saúde”, frisa. Os Terapeutas Ocupacionais da HUMAP também foram imunizados no primeiro dia de vacinação. A Dra. Janaína Siman Naki recebeu a primeira dose como marco histórico na profissão. “Estou esperançosa que a vacina venha a diminuir o número de mortes e de sequelas pela COVID*-19*”, comemorou.
O Hospital Santa Casa de Campo Grande recebeu também 300 doses da vacina contra a COVID-19. Imunizada, a fisioterapeuta, Dra. Bruna Oliveira Corrêa do Amaral, que atua desde o início da pandemia na UTI COVID-19, sente-se com ânimo renovado para vencer o vírus. “A vacina é a esperança que dias melhores virão. É a única coisa, atualmente, que podemos contar contra a COVID-19. Para nós, da linha de frente, renovou a energia para continuar nessa luta”, destaca.
Interior
Os primeiros profissionais imunizados nas demais cidades de Mato Grosso do Sul também foram fisioterapeutas e terapeutas ocupacionais. Em Rio Verde de Mato Grosso, a vacinação contemplou a equipe de atendimento do hospital municipal. O Dr. Glauco de Oliveira Almeida, que trabalha há dez anos na unidade, diz que o sentimento é uma combinação de felicidade e de alívio, principalmente por ter acompanhando o crescimento dos casos e de atendimentos fisioterapêuticos em pacientes com COVID.
“Fisioterapia cresceu. Participei de diversas intubações. A gente passou a trabalhar bastante, principalmente na questão de isolamento, onde quem exerce é o fisioterapeuta. E neste sentido ficava com medo. Entrava toda vez em isolamento. A fisioterapia respiratória é algo novo, por mais que faça cursos, não tem algo muito voltado à prática. Um sentimento de alívio e felicidade que com a vacinação vai melhorando e tudo vai passar. Em todas as intubações que participei eram com idosos e vieram a óbitos. Tudo isso mexe com a gente”, desabafa.
Pedidos
O CREFITO-13 (Conselho Regional de Fisioterapia e Terapia Ocupacional de Mato Grosso do Sul), solicitou ao Governo do Estado de Mato Grosso do Sul e as Prefeituras municipais que estenda a vacinação, durante a primeira etapa, a todos os profissionais fisioterapeutas e terapeutas ocupacionais, não somente aqueles que atuam em hospitais, UTIs e CTIs.
No ofício encaminhando ao Governadoria e a Prefeitura de Campo Grande levou em consideração que os Fisioterapeutas e os Terapeutas Ocupacionais são profissionais da saúde que atuam na linha de frente ao combate a doença, assim como, que grande parte da assistência se destina a grupos prioritários, incluindo pessoas com comorbidades, que por suas características apresentam chance de agravamento da doença. Além disso, muitos dos profissionais atuam nos atendimentos domiciliares a pacientes vítimas da COVID-19.
O presidente do Conselho
Regional de Fisioterapia e Terapia