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Notícias • 13/10/2020
Crefito-13 homenageia fisioterapeutas e terapeutas ocupacionais pelo seu dia

No dia 13 de outubro, a Fisioterapia e a Terapia Ocupacional comemoram 51 anos de regulamentação. Segundo o presidente do Conselho Regional de Fisioterapia e Terapia Ocupacional de Mato Grosso do Sul (CREFITO-13), Dr. Renato Silva Nacer (Crefito-13 - 93420-F), trata-se de uma data emblemática, que precisa ser celebrada, mas que também é necessário refletir sobre o status do exercício profissional, sobretudo no que diz respeito ao reconhecimento social, valorização, autonomia profissional e a efetiva participação das nossas profissões em políticas públicas e privadas de saúde.

 "Apesar das inúmeras adversidades que enfrentamos ao longo dos anos, a Fisioterapia e a Terapia Ocupacional evoluíram consideravelmente. Uma prova desta evolução e do reconhecimento público acerca da importância da nossa intervenção, é o que estamos vivenciando em 2020, por conta da pandemia causada pelo novo coronavírus. Mas é suficiente? Nossas profissões ocupam o lugar de destaque que merecem? Não podemos depender de uma calamidade de saúde pública para ter visibilidade e reconhecimento”, questiona.

O presidente do CREFITO-13 ressalta a importância de direcionar as reflexões e debates sobre o exercício profissional da Fisioterapia e da Terapia Ocupacional, e que é indispensável que as discussões perpassarem a esfera técnica e ocupem cada vez mais os espaços políticos e de construção coletiva.

“Precisamos ser protagonistas, propositores e resolutivos. Somente assim, com uma mudança drástica de comportamento e postura, teremos condições de garantir à população atendimento de qualidade, para que sejamos reconhecidos pela sociedade e valorizados”, afirma Nacer.

Ainda, de acordo com a terapeuta ocupacional, Dra. Tathyanne Sanches Orlando (Crefito 13 7807/TO), teve-se uma ruptura muito forte nos papéis ocupacionais com o isolamento social em decorrência da pandemia do coronavírus. O Sistema Único de Saúde (SUS) já reconheceu, muito antes, a importância dos terapeutas ocupacionais para a reabilitação e cuidado de pacientes graves.

Isso porque a terapia ocupacional trabalha com a ideia de que o ser humano é social e fisicamente condicionado pela sua ocupação. Trabalho, lazer, tarefas diárias e cotidianas fazem parte do próprio “ser humano”. Em relação aos conceitos, postos radicalmente durante a quarentena, como isolamento e distanciamento social, lockdown, entre outros, afetam drasticamente a percepção e práticas ocupacionais.

“O que nós denominamos de ‘ocupação’, nada mais é, do que as atividades que compõem o dia a dia de cada pessoa. Nós entendemos que o ser humano é um ser ocupacional, ou seja, um ser que precisa manter-se o tempo todo envolvido em atividades, e essas atividades, que nós chamamos de ocupação, são fatores condicionantes de saúde”, frisou Tathyanne.

Conselho orienta profissionais na prevenção em meio à pandemia

O CREFITO-13 foi um dos primeiros conselhos de classe de Mato Grosso do Sul a publicar recomendações aos profissionais sobre prevenção, riscos de contágio e transmissão comunitária da COVID-19. No dia 17 de março, emitiu medidas preventivas para assegurar a integridade dos profissionais, pacientes e comunidade em geral.

Logo no início da pandemia, em iniciativa inédita, o Conselho firmou parceria com a Associação Brasileira de Fisioterapia Cardiorrespiratória e Fisioterapia em Terapia Intensiva (Assobrafir-MS) e o Hospital Universitário Maria Aparecida Pedrossian (Humap/UFMS), promovendo curso de capacitação para Fisioterapeutas no manejo de pacientes criticamente enfermos acometidos pela COVID-19.

O curso ocorreu no Centro de Simulação Realística do Humap/UFMS, que conta com estrutura de manequins e equipamentos hospitalares. As turmas tiveram aulas teórico-práticas com ênfase no cuidado das vias aéreas e oxigenoterapia; ventilação mecânica; e posição prona. Participaram profissionais de todas as regiões do Estado. Além de Campo Grande, Terenos, Sidrolândia, Jaraguari, Nova Alvorada do Sul, Dourados, Fátima do Sul, Aquidauana, Maracaju, Jardim, Chapadão do Sul e Porto Murtinho.

O vice-presidente do CREFITO-13, Dr. Rodrigo Ré Poppi (Crefito 171750-F), destaca a efetividade deste tipo de cooperação no aperfeiçoamento profissional. “É importante o Conselho firmar parcerias com instituições públicas de saúde e associações, visando realizar ações de capacitação gratuitas para os profissionais Fisioterapeutas e Terapeutas Ocupacionais do estado de Mato Grosso do Sul”, explica.

A responsabilidade do CREFITO-13 é manter a constante vigilância sobre os serviços de Fisioterapia e Terapia Ocupacional oferecidos por profissionais, instituições públicas e privadas. Ao longo de 2019, o Departamento de Fiscalização (Defis) do Conselho atingiu a cobertura de 100% dos municípios fiscalizados em Mato Grosso do Sul.

Em 2020, durante a pandemia, a fiscalização não suspendeu as atividades e intensificou a atuação presencial na Capital e no interior, realizando visitas em 53 hospitais, 126 órgãos públicos e privados, 387 clínicas e consultórios.

Entre os dias 1º de janeiro a 28 de setembro, as equipes de fiscalização percorreram 14 mil km, visitando 50 dos 79 municípios de Mato Grosso do Sul.

 

A demanda por tratamento fisioterapêutico cresceu até 150%

Nos últimos dos seis meses, a pandemia destacou a importância do fisioterapeuta nos hospitais e nos atendimentos domiciliares (home care) aos pacientes que venceram o coronavírus. Um levantamento feito pelo Departamento de Fiscalização (Defis) do CREFITO-13, apontou aumento de até 150% nos atendimentos em casa, a maioria paciente pós-COVID-19. A pesquisa ouviu 50 profissionais de Campo Grande, Bataguassu, Três Lagoas, Dourados, Corumbá e Nova Andradina, entre os dias 28 e 30 de setembro.

Em Campo Grande, as variações nos atendimentos fisioterapêuticos domiciliares cresceram de 25% a 150%. O fisioterapeuta, Dr. Cristiano Luiz Campos, (CREFITO-13: 152990-F) cita que só no último mês o serviço de home care expandiu em mais de 100%. A demanda maior é de pacientes com e pós-COVID-19, que tiveram disfunções cardíacas e respiratórias.

“O pós-COVID enfraquece a pessoa, deixa fragilizada. Sente-se o cansaço aos mínimos esforços. E a gente sabe que é pelo tempo de isolamento, pelo período prolongado de internação, de não fazer os exercícios, pois ainda estaria hospitalizado. Perde-se uma fase de recuperação e quando chega a Fisioterapia, a maioria dos pacientes chega bem fragilizado. Estima-se para recuperação a uma vida normal, o tratamento é de 90 a 120 dias, de três a quatro meses, mas temos casos de alta, de 30 a 40 dias. Pessoas voltando a sua rotina normal. Trabalhando e fazendo atividades diárias”, relata Cristiano.

Na região leste do Estado, em Bataguassu, o número de atendimentos realizados na pandemia aumentou 67,5% em média, conforme os profissionais entrevistados. Em Três Lagoas, o crescimento médio chegou em 89,8%, em Dourados 62%, em Corumbá 50,8% e Nova Andradina 50%.

Acessibilidade

O presidente do Conselho
Regional de Fisioterapia e Terapia

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