O presidente do Conselho Regional de Fisioterapia e Terapia Ocupacional de MS (CREFITO 13), Carlos Alberto Eloy Tavares, e o diretor tesoureiro da entidade, Rodrigo Lucchesi Cordeiro reuniram-se- na última sexta-feira, 14, com o vereador campo-grandense Ayrton Araújo do PT para colocar a entidade à sua disposição na luta pela sanção do Projeto de Lei n. 7.502/13, que inclui o serviço de fisioterapia domiciliar no âmbito do município de Campo Grande.
O projeto, aprovado na Câmara Municipal de Campo Grande no último dia 4, possibilita que pacientes que estiverem impossibilitados de se deslocar de suas residências até o serviço de fisioterapia oferecido pelo Poder Público, recebam em casa este atendimento. Segundo a Lei, pacientes cujo tratamento requeira grande aparato de material especializado, conforme avaliação da equipe responsável, deverão ser transportado até serviço de fisioterapia do município.
A luta, agora, é para que o prefeito Alcides Bernal sancione a Lei.
“O objetivo do projeto é garantir a melhora da qualidade de vida de pessoas que necessitam de tratamento fisioterápico e não possuem condições físicas de se deslocar até o Serviço de Fisioterapia do município. Este projeto é de extrema relevância considerando a necessidade de atendimento que esses indivíduos apresentam, pois sem tratamento fisioterápico adequado podem evoluir com piora de quadro clinico, levando as múltiplas complicações”, afirmou o vereador.
“Trata-se de uma Lei de extrema importância para amenizar o sofrimento de pacientes e familiares. A realização de atendimento domiciliar aos que não possam se deslocar para realizar o tratamento é vital”, disse o presidente do CREFITO 13.
Legião de acamados
As doenças crônico-degenerativas, aliadas aos traumas, tem gerado uma legião de pacientes abandonados em suas próprias casas, os chamados acamados. Isso ocorre devido à falta de políticas públicas que levem o atendimento a estas pessoas que, devido à natureza de suas doenças/ferimentos não conseguem se locomover até os locais onde poderiam receber tratamento.
“O cidadão sofre um acidente de moto, vai para o hospital, passa por procedimento cirúrgico, tem o atendimento fisioterápico e, em algum momento, o mais rápido possível, você tem alta, você vai para casa. No entanto, suas necessidades de reabilitação ainda não foram sanadas. Estas pessoas tem extrema dificuldade de se locomover até o local onde poderão receber atendimento. Não existe um profissional contratado pela saúde pública para dar esta continuidade ao atendimento”, afirma o presidente do CREFITO-13, para quem a solução envolve a contratação de fisioterapeutas e terapeutas ocupacionais.
Se o problema vem se agravando nos grandes centros, em bolsões interioranos como o Mato Grosso do Sul ele é ainda mais acentuado. Fisioterapeutas e Terapeutas Ocupacionais, quando integram a rede pública dos municípios, surgem em número inexpressivo. “O serviço público de fisioterapia e terapia ocupacional está longe do paciente. O serviço tinha que chegar ao cidadão, em sua residência, por meio de profissional contratado. É preciso oferecer este serviço nos bairros, nos postos de saúde, nos centros de atendimento”, reforça Tavares.
Hoje, segundo o presidente do CREFITO-13, apenas os setores economicamente privilegiados da sociedade podem ter a certeza de um tratamento contínuo nas doenças crônico-degenerativas e nos traumas: “Quem tem acesso são as pessoas que tem plano de saúde, que podem contratar um serviço em casa, exigir atendimento por via judicial. As pessoas mais carentes estão entregues à própria sorte”, alerta.
O presidente do Conselho
Regional de Fisioterapia e Terapia