Representantes de diversos conselhos regionais de profissões ligadas à saúde reuniram-se na noite de segunda-feira (21) - na sede do Conselho Regional de Farmácia - com o senador Waldemir Moka, o deputado federal Luiz Henrique Mandetta e com o deputado estadual Paulo Siufi. Na pauta, a definição de posicionamentos e de um consenso - como tem ocorrido entre os Conselhos no âmbito federal – na busca por estratégias contra a abertura indiscriminada de vagas em Educação Superior a Distância (EAD) em cursos da Saúde. Uma audiência pública na Assembleia Legislativa, no próximo dia 8, será o primeiro passo para levar o tema à sociedade sul-mato-grossense.
A modalidade EAD sofre questionamentos quanto a sua eficácia nas profissões ligadas a Saúde. Dentre as principais preocupações de Conselhos Profissionais ligados a estas profissões está o argumento de que a modalidade não consegue atender às necessidades que o exercício destas profissões requer. Outro ponto levantado é de que as áreas de Saúde demandam contato e cuidados diários e diretos com pessoas enfermas, o que obriga à formação teórico-prática, além de grande carga de estágios curriculares, impossíveis de serem, todos, cumpridos a distância e mediados tecnologicamente. A segurança no trato à saúde pode ser prejudicada, uma vez que conhecimentos técnicos e práticos não são garantidos pela EAD.
Em Mato Grosso do Sul, a modalidade tem sido oferecida por diversas instituições, o que causa preocupação entre os profissionais, especialmente no que se refere a qualidade do atendimento aos pacientes.
“Trata-se de um método inadequado à formação profissional na saúde, pois não garante segurança e qualidade na formação, tampouco condições mínimas legalmente exigidas para a formação profissional. Além disso a modalidade de educação a distância é incapaz de formar profissionais aptos para atender às necessidades de saúde da população, podendo colocá-la em risco”, explica o presidente do Conselho Regional de Fisioterapia e Terapia Ocupacional de Mato Grosso do Sul (CREFITO 13), Carlos Alberto Eloy Tavares.
A formação em saúde, defendem os Conselhos, exige habilidades e competências profissionais que requerem supervisão docente e contato direto com o paciente, desenvolvidas no decorrer do processo de formação, envolvendo componentes curriculares referentes aos conhecimentos específicos na área da Fisioterapia e da Terapia Ocupacional, conteúdos referentes às Ciências Biológicas e da Saúde, e conteúdos referentes às Ciências Sociais e Humanas.
“Esses conhecimentos instrumentalizam a práxis fisioterapêutica e da Terapia Ocupacional nas diferentes áreas de atuação, em todos os níveis de atenção à saúde, e em todas as etapas do desenvolvimento humano. As atividades clínico-terapêuticas devem ocorrer em complexidade crescente, envolvendo conteúdos teóricos, observação e prática assistida, sob responsabilidade de docente fisioterapeuta e terapeuta ocupacional. E não é diferente em outras áreas da saúde”, reforça Tavares.
Para o presidente do CREFITO 13, a formação presencial e com apelo prático na área da saúde é indispensável. “Os cursos de graduação dos profissionais da saúde exigem o desenvolvimento de habilidades técnicas, mas também, e acima de tudo, de qualidades humanísticas e biopsicossociais, como a empatia e o cuidado com o outro, o que demanda aprendizado presencial, que se dá pela observação da postura profissional dos professores e a troca de experiências entre pares, por longos períodos”, destaca.
O presidente do Conselho
Regional de Fisioterapia e Terapia