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Notícias • 16/06/2014
Com exoesqueleto, jovem paraplégico deu pontapé inicial da Copa

A partida inaugural da Copa do Mundo, disputada entre Brasil e Croácia na Arena Corinthians, no Itaquerão, foi marcada por um grande momento da ciência. Pouco antes do jogo, em uma das laterais do campo, o jovem paraplégico Juliano Pinto, 29, usou um exoesqueleto para chutar bola e marcar o início da Copa do Mundo no país.

 

O equipamento foi desenvolvido pela equipe do neurocientista brasileiro Miguel Nicolelis, professor da Universidade Duke, nos Estados Unidos, e do Instituto Internacional de Neurociências de Natal – Edmond e Lily Safra (IINN-ELS).

 

Foram poucos minutos de apresentação no estádio e apenas alguns segundos de transmissão pela TV, mas Nicolelis comemorou o momento pelo Twitter: “We did it” (Nós conseguimos, em inglês), escreveu o cientista na rede social.

 

Avanços

 

O princípio envolvido no funcionamento do exoesqueleto é a chamada "interface cérebro-máquina", que vem sendo explorada por Nicolelis desde 1999. Esse tipo de conexão prevê que a "força do pensamento" seja capaz de controlar de maneira direta um equipamento externo ao corpo humano.

 

No caso do exoesqueleto do projeto "Andar de novo", uma touca especial vai captar as atividades elétricas do cérebro por eletroencefalografia. Quando o voluntário se imaginar caminhando por conta própria, os sinais produzidos por seu cérebro serão coletados pela touca e enviados a um computador que fica nas costas da veste robótica.

 

O computador decodifica essa mensagem e envia a ordem aos membros artificiais, que passarão a executar os movimentos imaginados pelo paraplégico. Ao mesmo tempo, sensores dispostos nos pés do voluntário enviam sinais para a roupa especial. A pessoa, então, sente uma vibração nos braços toda vez que o robô tocar o chão. É como se o tato dos pés fosse transferido para os braços, naquilo que Nicolelis chama de "pele artificial".

 

A equipe do projeto está no Brasil desde março, trabalhando em um laboratório montado dentro da Associação de Assistência à Criança Deficiente (AACD), instituição parceira do "Andar de novo". Segundo nota divulgada pela assessoria de imprensa do projeto, oito pessoas da AACD já testaram o equipamento e, no dia 28 de maio, todos os "objetivos científicos, clínicos e tecnológicos" foram concluídos.

Acessibilidade

O presidente do Conselho
Regional de Fisioterapia e Terapia

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