No dia 29 de outubro foi lembrado o Dia Mundial do Combate ao AVC, considerada a principal causa de morte no Brasil, e responsável por ceifar a vida de aproximadamente 100 mil pessoas por ano, e atingir outras 400 mil. Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), uma em cada seis pessoas no mundo irá morrer por causa dessa doença. Aproveitando a data, o COFFITO lembra a importância do trabalho da Fisioterapia e da Terapia Ocupacional, tanto na prevenção como na recuperação; afinal, as sequelas podem interferir na força, na mobilidade e na execução das atividades de vida diária.
Os benefícios que o atendimento de Fisioterapia e de Terapia Ocupacional pode oferecer já têm o reconhecimento do governo. Em 2012, por exemplo, foi publicada a Portaria nº 665, que trata sobre os critérios de funcionamento dos estabelecimentos hospitalares, como os centros de urgências aos pacientes com AVC, e que institui como equipe necessária um fisioterapeuta e um terapeuta ocupacional para cada 10 leitos, em turno de 6 horas, assegurando, dessa maneira, a recuperação integral do paciente.
Para a presidente da Associação Brasileira de Fisioterapia Neurofuncional (ABRAFIN), Dra. Solange Canavarro, o trabalho do fisioterapeuta e do terapeuta ocupacional pode começar na prevenção, afinal, todo profissional de saúde está moral e eticamente obrigado a saber identificar e orientar seus pacientes em relação aos fatores de risco para o AVC, assim como para outras doenças.
No entanto, apesar de contribuir na prevenção, as profissões de Fisioterapia e de Terapia Ocupacional se tornam vitais no atendimento pós-doença. Conforme explica a Dra. Solange, o encéfalo controla as funções corporais, sendo assim, quando lesionado por um AVC, pode trazer prejuízos de diversas naturezas, como fraqueza, paralisia dos movimentos corporais, dificuldades de fala, de compreensão, de visão; além da perda do equilíbrio. Para ela, são inúmeros os transtornos que a doença pode gerar, além de causarem, em sua maioria, limitação da vida do indivíduo na sociedade. Nesse momento a atuação do fisioterapeuta e do terapeuta ocupacional é essencial para a reabilitação do paciente e o retorno às atividades do dia a dia.
Fisioterapia
Na Fisioterapia, por exemplo, após um AVC, o profissional pode diagnosticar diversas alterações de movimento, dependendo da área lesionada. “As sequelas podem incluir fraqueza ou, até mesmo, a paralisia de movimentos. Diante de um quadro desses, o fisioterapeuta deverá criar um programa que ataque especificamente essas dificuldades. O importante é o diagnóstico correto e o tratamento adequado, visando à recuperação da funcionalidade dos movimentos”, completou.
Terapia Ocupacional
A vice-presidente do COFFITO, Dra. Luziana Maranhão, lembra que a Terapia Ocupacional, por sua vez, auxilia no retorno ao cotidiano e no desenvolvimento das atividades diárias durante e após o tratamento. “É importante recuperar as habilidades funcionais perdidas, como, por exemplo, a capacidade de se expressar, de acenar em uma despedida”, ressaltou.
Segundo a Dra. Luziana, cabe ao terapeuta ocupacional realizar uma avaliação que inclua as sequelas, a realidade do paciente, e o ambiente em que ele está inserido. Para ela, é imprescindível saber o que foi comprometido e auxiliar no retorno às atividades da vida, seja por meio de adaptações ou no desenvolvimento de tecnologias assistivas. Outro trabalho essencial é o de reinserir esse indivíduo na sociedade, em atividades de lazer e no mercado de trabalho. “A Terapia Ocupacional tem como premissa entender a vida daquele paciente e promover alternativas que propiciem voltar àquela realidade. Caso não seja possível, às vezes, o profissional auxilia na descoberta de uma nova profissão ou cria alternativas para assegurar a maior autonomia possível”, finalizou.
O presidente do Conselho
Regional de Fisioterapia e Terapia